Ontem resolvi sair com os amigos!!É, deixamos as respectivas namoradas em suas casas e saímos na companhia de nós mesmos. Primeiro tínhamos que decidir aonde íamos, mas sempre lembramos desse pequeno detalhe quando estamos no meio do caminho para o nada, e, sempre alguém que está no banco de trás do carro faz a pergunta clássica:- Putz!!Aonde vamos?!.Aí sim vamos decidir para onde estamos indo...Estávamos em Três, Leandro, Ricardinho e eu.
O primeiro pensamento, era de ir a um dos lugares mais badalados da cidade, mas como sempre, por ser tão badalado, este, estava cheio demais, então a meia volta no carro foi essencial para que não nos sentíssemos em uma lata de sardinha.Bom, tínhamos ou criamos uma segunda opção, que se chama “Lugar de sempre”, pois a Praça Central não estava completamente climatizada ontem.Ao andar a pé (algo muito difícil, quando se tem um carro seu ou de seu amigo disponível), fomos parar na porta de um barzinho, ou sei lá o que.O ambiente bom isso não posso negar, muitos jovens, jovens mesmo (de 12 á 24 anos), todos do lado de fora curtindo o movimento (gíria muito usada, no lugar de outra gíria “to de boa”).Não precisa ser mestre em filosofia de ambientalidades (Profissão que acabei de inventar), para saber que aquele não era nosso lugar, pois os jovens que estavam lá, não faziam nem de longe nosso tipo, em todos os aspectos.
Mas o objetivo de sair com os amigos é matar a fome, jogar conversa fora e voltar para casa. E eu?! Estava com fome e decidimos entrar (depois de muita insistência minha, “tava com fome poxa!!”), entramos.Na porta um cara grande, mas grande mesmo, que mais parecia um armário de tão imenso, ele nem diz boa noite, só olha bem nos seus olhos (sabendo que você é uma pessoa estranha naquele ambiente) e diz: “Parceiro, toma a comanda!!!”.
Putz!!!Comanda?!. Beleza a gente já tava lá dentro mesmo, além disso, está escrito em negrito na comanda os seguintes dizeres:
Entrou tem que consumir!(É não estava escrito bem com estas palavras...) E ainda mais, se amassar o papel (comanda),o cliente é obrigado a pagar 100 reais,consumindo ou não...
Sendo praticamente intimidado ao entrar no recinto, meus amigos insistiram que estava bem melhor do lado de fora (é... eles não queriam ter que gastar dinheiro, pelo menos ali...) e já que estávamos dentro tínhamos de procurar um lugar para se sentar, o negócio estava lotado, e só tinha uma mesa perto da janela, assim de cara pra rua, pelo menos ficaríamos do lado de dentro e fora ao mesmo tempo né?!Bom o garçom em clima de festa (de lencinho na cabeça e tudo), nos trouxe o cardápio (menu para alguns), ali vi apenas uma infinita lista de delícias (ou não né...),de nomes estranhos (e caros também), e já não podíamos fazer mais nada, pois o armário ainda estava na porta e outra coisa, eu ainda estava com fome!!Pedi o que eu conhecia, tipo esfirras, uma de carne, outra de frango e ultima de atum (tava com fome, mas tinha que fazer uma graça), bom o Ricardinho me acompanhou nas esfirras, pediu duas de carne, e o Leandro um suco de Manga com leite (minha mãe sempre me disse que essa combinação é explosiva) eu também disse a ele, mas fui ligeiramente ignorado...
Bom, dando prosseguimento a esta nossa visita naquele barzinho, demos conta de que os pedidos estavam demorando demais, e neste meio tempo não nos restou mais nada do que observar o interior do barzinho e os consumidores também...Chegamos a conclusão de que, ali, tudo é separado por “alas”, por isso que para nós estar naquele lugar, meio soava um tanto quanto estranho.Se levantássemos e gritássemos tipo assim...-Quem aqui ganha um salário mínimo?!!!(deixando de lado os garçons é claro), aposto que mais ou menos 5% das pessoas ali levantariam a mão...
Agora se perguntássemos tipo...Quem aqui ganha mesada?!!!(em preços variáveis é lógico, mas não deixa de ser mesada), ouviríamos um coro dos outros 95% do local dizendo...EEEEEEEUUUUUUUU!!!!!
Não, isto não é uma espécie de preconceito econômico, mas uma reafirmação de que ali não era nosso lugar.E bem no meio deste pensamento grotesco e muito primata, os pedidos chegaram (e minha fome tinha aumentado, por sinal), comemos todos em silêncio, só olhando uns para s outros e quando terminamos de comer, também não dissemos nada, levantamos e entramos na fila do caixa para pagar a conta (MARCADA COM LETRA MAIÚSCULA NA COMANDA).Pagamos, saímos olhamos para todos aqueles jovens ainda do lado de fora, e quando eu ia dizer algo, o Ricardinho disse:- Vamos embora!(ele disse isso com aquele ar de decepção tipo... Caralho! Gastei “mó” grana e ainda “to” com fome!).Voltamos para o carro e decidimos em não ir pra casa e sim, dar mais uma volta pela fria e badalada (até parece..??!) cidade.Na verdade todos nós estávamos decepcionados em gastar nosso dinheiro em um lugar daqueles, não estávamos nos sentindo tão bem assim, e eu tive o mesmo pensamento do Ricardinho, (só que ao invés de eu pensar na palavra Caralho eu pensei Puta que o pariu!!!!É...).
Como sempre entramos no carro para dar uma volta (sem saber aonde íamos, de novo), e alguém que eu nem reparei quem, por que eu ainda estava com fome (apesar de já ter comido) disse:- Nunca mais volto naquele lugar!!!(Como se estivesse falando sério), e ainda prosseguiu com o desabafo...Putz!!! Vocês viram?!Só tinha play boy’s (gíria usada para palavra substituir a palavra Mauricinhos)
Ninguém reparou?!.Sim tínhamos reparado, só não falamos nada, pensei comigo mesmo naquele momento.
E como costume Leandro (o motorista da noite), parou o carro, saímos dele, entramos conversamos, sentamos e pedimos, aí fomos notar que estávamos ali, no “Lugar de sempre”.Nossa!Por que não tivemos esta idéia antes?!(aposto que esta era a pergunta na mente de cada um e na minha também...) Ali, fomos tão naturais em todos os aspectos, fomos bem servidos e o mais importante, matamos nossa fome.
Isso foi o bastante para descobrirmos que às vezes o mais caro não é o melhor e que é sempre bom estar com amigos no “Lugar de sempre...” Relembramos de várias coisas passadas ali naquelas mesas e demos risadas até duas da manhã, aquele é um ótimo lugar, para sempre estarmos juntos...
E como observação final, minha mãe estava certa, afirmei isto quando Leandro chegou em casa com dor de barriga.Maldito (e caro) suco de manga com leite...
