quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

SOBRE A NOITE QUE AMANHECE...


Cansados voltam os corpos para casa, nos dias limitados tudo cansa
a noite é imatura, finge ser uma criança de olhos na lua, na rua, com a ilusão que inspira todos os desejos...

A noite é cega e as sombras sobrevoam, a cidade branca é a sua escura face, a noite é mãe solteira, amou como se fosse a indefesa, princesa, que as trevas algum dia coroaram...

Na noite lembro sempre do teu beijo, é apenas o que quero nesta noite, o tempo enfim parou, mal o vejo, a noite pode ser tudo aquilo que parece, é a noite amanhece...


A noite em algum canto redentora, prende homens, prisioneiro dos olhares,
nos bares escondidos, nos ritmos dos ares, vão chegando, os navegantes, amantes das teias que o amor e o ódio tecem...

Na avenida as bonecas sedutoras, sabem que a mágica da noite não é eterna, mal chega a madrugada, correm pra rapar as pernas, para que o dia, não traia os marmanjos que fingem ser Marlenes...


O sonho, é sabido, nunca morre, aliás, na noite essa é a única vantagem
 após o vão trabalho, ver a noite nos doar um sono fundo, fecundo
de glórias, terrores e aventuras...
Na noite lembro sempre do teu beijo, é apenas o que quero nesta noite, o tempo enfim parou, mal o vejo, a noite pode ser tudo aquilo que parece, é a noite amanhece...